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Nove pessoas foram presas, na manhã desta quinta-feira, durante a operação Véritas, contra uma das maiores organizações criminosas de fraudes bancárias atuantes dentro e fora do estado do Rio. Entre os presos, estão um policial militar e dois gerentes de banco. Um dos suspeitos foi preso num resort em Porto de Galinhas, em Pernambuco. Segundo a Polícia Civil, o grupo se especializou em praticar fraudes contra instituições bancárias, realizando saques fraudulentos ao se passar por clientes, muitos dos quais idosos, mediante o desvio de cheques e recebimento indevido de pensões, ocasionando prejuízos milionários aos bancos e seus clientes.
A ação, realizada pela Delegacia de Combate ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), visa a cumprir 15 mandados de prisão preventiva, 17 mandados de busca e apreensão, havendo ainda ordem de bloqueio judicial de até R$ 13,479 milhões nas contas bancárias e carteiras de criptomoedas dos suspeitos e das empresas, além do sequestro de bens de alto valor.
Nas investigações, que começaram ano passado, foi identificada a participação de funcionários de bancos nas fraudes, contra os quais também estão sendo cumpridos mandados de prisão. A polícia apurou ainda que os investigados acumularam riqueza e patrimônio incompatível com suas capacidades. Eles foram indiciados pelos crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e estelionato.
Segundo o G1, Eduardo da Costa Ferreira, o Frango, apontado como o chefe da quadrilha, foi preso em casa, em Camboinhas, em Niterói. Um sargento da Polícia Militar também foi pego.
O delegado Gabriel Poiava disse que as vítimas da quadrilha eram, em geral, idosos e pessoas de alto poder aquisitivo:
— Identificamos que eles eram especialistas em fraudes bancárias e utilizavam empresas de fachadas e algumas contas de laranjas para ocultar o patrimônio adquirido com essas fraudes. Os gerentes que foram presos hoje tinham participação preponderante nas fraudes porque eles norteavam quem seriam as possíveis vítimas: geralmente, pessoas mais idosas, que tinham investimento alto na conta bancária. Eles passavam essas informações para os integrantes das organizações criminosas e eles providenciavam todas as fraudes: clonagem de cartão de crédito, falsificação da assinatura em talões de cheque. Uma vítima, por exemplo, teve prejuízo de aproximadamente R$ 500 mil.
A polícia também tenta localizar um software utilizado pelos criminosos para realizar as fraudes bancárias.
— Estamos atrás desse software. A gente acredita que seja importado, até da Rússia. Eles utilizam esse software para fraudes bancárias, clonagem de cartão, acesso em alguns aplicativos de instituições financeiras — informou Poiava.
A operação tem apoio do Departamento Geral de Polícia Especializada, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, da Corregedoria da Polícia militar e da Polícia Civil de Pernambuco.
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